SONETO 295 A ERNESTO NAZARÉ, ou
SONETO DE UMA NOTA SÓ


Paulinho da Viola, Pixinguinha:
Por mais que os exaltemos, como eu vinha
(são símbolos supremos do sambinha),
forçoso é recuar até Chiquinha.

No tempo em que a mulher, do lar rainha,
transita entre a paróquia e a cozinha,
Gonzaga quis compor samba e marchinha
e deu ao povo aquilo que não tinha.

Porém é Nazaré quem se avizinha
do gênio pioneiro dessa linha
e faz de seus maxixes campainha.

O rico tinha a polca e a valsinha.
O pobre batucava, não convinha.
Mas Nazaré refina a má farinha!

                                                    Glauco Mattoso

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