Chopin
Não canto
nem entendo de gargantas
ou ruídos íntimos
de chuva e temporal.
Nem sei que mistérios me aguardam
nas cordas de um violão
nas teclas de um piano
de onde saem, sim,
os verdadeiros sons.
Não canto
escrevo
imito gorjeios
mais agudos e graves
que os ouço
misturados ao ritmo
do que vivo.
Suzana Vargas
Do livro: Caderno de outono e outros poemas, EDUNISC, 1997, Santa Cruz do Sul/RS