Tecelãs

Mulheres tecem o tempo
no ir e vir outras não
atinam para a matéria
que edifica destinos

Algumas carregam mundos
no ventre de amor os nutrem
com carinhosa energia
cosem futuros em segundos

De leves, umas quase voam
voam e detestam esquemas
desembaraçam problemas
da vida as dores ecoam

Misteriosas umas vão
dormir aconchego hoje
e quem sabe acordar ontem
em atemporal solidão

           Rizolete Fernandes

Do livro: Canções de Abril, Una, 2010, RN

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