PRIMAVERA DE BEM-ME-QUER

Pelo que se pensa
Pelo que se ama
Por aquilo que tanto bem
Também a todo sempre faz
Paz
Que se deponha o fuzil
Que se troque o toque febril
Pelo toque de recolher em si
A lembrança da primeira alvorada
Trocar a palavra que a língua amarga
Pela que agrada amiga e gentil
Lançar fora o peso das botas guerreiras
Calçar leves sandálias maneiras
Percorrer novas e inventivas rotas
Em que todo fruto suave brota
Sair do estádio de sítio
Atender ao amável convite
Situar-se em outros sítios
Onde tudo seja paz & jardim
E sempre ao Outro e a mim
Uma primavera de bem-me-quer

                                                        Ricardo Alfaya

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