A PAZ ABSOLUTA

Quero a paz da morte, absoluta,
quero a paz dos pássaros dormindo.
Silêncio, nada mais que o silêncio;
sê bem-vindo, amigo, sê bem-vindo!

Nada mais me importa, nada mais
a não ser uma lua sobre o gris
de um túmulo azibre, abandonado
nos versos dos poemas que já fiz.

Seja eterno o sono que ora encontro
e estico a mão medonha a afagá-lo;
negra como a noite, negra fruta,

pálida visão me vem sorrindo;
quero a paz da morte, absoluta,
quero a paz dos pássaros dormindo.

                                         Enzo Carlo Barrocco

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