ABALO!

a rosa explodiu,
e os espinhos da bomba,
espelharam-se
nas poças d´água,
despedaçaram-se
pela maciez da noite,
derramaram-se
pelas cores do tapete,
perderam-se
no murmúrio dos gatos
namorando nos telhados,
e pelas idéias do poeta,
que desarticulado,
desmoronou solenemente,
sobre os seus alicerces!
o poeta detonou
a sua própria Hiroshima,
e agora, o que fazer,
dos proféticos ensinamentos,
e dos poéticos fragmentos,
sensíveis a um simples toque?

               Antonio Carlos de Paula

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