GUERRA!

A guerra constrói e destrói altos muros.
A guerra torna corações frios e duros.
Se ufana e exalta a "glória" da morte,
Mas deixa seus órfãos sem teto nem norte.

A guerra invade, corrompe e mutila,
Selvagens instintos aflora e destila.
Suas vítimas vagam, famintas e em prantos,
Quais mártires, anjos, espécie de santos.

Nesse mundo insano, do ódio domínio,
A vida se esvai em terríveis matanças.
Fanáticos lutam até o extermínio.
Insanos, não poupam nem mesmo crianças!

Quem ama a guerra e a defende, insone,
Esquece de Deus mesmo ao clamar seu nome.
Prefere a Terra entre escombros e pragas,
E tornadas crônicas fétidas chagas.

A guerra é flagelo: fruto da demência,
Que rouba dos jovens o riso e a inocência.
A guerra é uma chama que a tudo consome.
Tem sede de sangue e a rudeza da fome.

A guerra é a arma de quem quer poder
Por lucro e ganância, doa a quem doer.
O ódio e a discórdia - suas opções -
Não perdoam vidas, cidades, nações...

A guerra decreta o fim da candura.
A guerra é a própria expressão da loucura.
Destrói: casas, sonhos, vidas e esperanças,
Pois mesmo que finda anuncia vinganças.

E poucos decidem o destino de muitos,
E trazem das trevas nefastos intuitos.
A guerra é brutal! É funesta! É vertigem!
É idéia de seres de bastarda origem!

Mas há - que absurdo! - quem creia que a guerra,
Que nega o divino e transforma homem em fera,
Seja o preço justo de um éden de fausto,
Pago com a moeda do vil holocausto;
E que peitos vazios, cheios de comendas,
Expiem o mal de bisonhas contendas.

Mas frias medalhas não curam feridas,
Não redimem almas, nem devolvem vidas!

O rumo do mundo está nas mãos erradas,
Pois quem ama a guerra o futuro desfaz.
Não quero essa glória de heróis e conquistas.
Só quero a vitória do amor e da paz!

                                        Adilson Luiz Gonçalves

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