FUTUROLOGIA

          "João Hélio"

Absurda sinfonia de preceitos vãos,
Talentos que se perdem em tanta prescrição,
Maestros de orquestras, todas orquestradas,
Regendo instrumentos já ultrapassados,
Enquanto o tempo urge e o amor prescreve,
Nas orlas inseguras do nosso amanhã.

Só quero projetar o meu projeto torpe,
Mostrar que sou rebelde ao que aí está,
Enquanto percorrer o que chamamos vida.
Porque, se for cativo, às normas e preceitos,
Jamais, exibirei, aos pares, meus conceitos,
Morrendo sem saber o que é a existência.

Batalhas eu terei, ao contestar o óbvio,
Mas quero ser liberto e divagar além,
Fazer da poesia o contestar, também.
Nas letras sem a regra do metrificar,
Criar as partituras do meu coração,
Pois, nunca seguirei maestros do povão.

Assim, serei feliz e expandirei a paz,
Trarei nas orações, o meu dizer constante,
Que emerge das entranhas deste corpo fértil,
Capaz de transmitir às novas gerações,
Verdades do sentir, ao exalar essências,
Impregnando, em breve, a pele do futuro.

Portanto, não me curvo entre rimas lógicas,
Nem mesmo exprimo espanto, ante o pé-quebrado.
Pois, flui-me na alma um sentimento puro,
Ao ver que a poesia, disse o que eu queria,
Sem medos ou perjuras ao exibir verdades,
Do que, ao ver no hoje, prevejo pro futuro.

                                                   Condorcet Aranha

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