Guerra

Enquanto as hordas circundam a montanha
Eu e meu cavalo observamos.
A dor frenética em gestos desumanos,
Que vertem o frio e a ambição tamanha.

Regem cânticos de guerra — Canta
Aqueles azuis olhos de pavor.
E de novo revolvem, com ardor,
Os roucos gritos que emergem da garganta.

Vão-se sonhos, em quimeras vão,
No gesto que perfaz a destra mão,
No corpo que se esvai estertorado.

E eu e meu cavalo já cansados,
Perguntamos pelos homens — onde estão?
Vendo bestas trucidadas, lado a lado.

                                           Lucas Tenório

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