Gizé da química moderna

Bomba é cóagulo de esfinges austeras,
Remédio, bula, álcool, dose ou seringa.
Homeopatia a fundo, a agulha vinga,
planta pés de sangue e os bebe deveras...

Sinapse abrindo-se fecha — soco.
Vestido rasgando o varal — estanca.
Hemorragia de luzes — carranca.
Farmácia, guerra-quente, escombro — blocos.

Deste véu curativo não se escapa.
Nuvem que limpa impõe esparadrapos.
Éter de granito é vapor sem frasco.

A bomba é o bebê que levou um tapa
na bunda, preta rosa, entre farrapos:
berço — Flamengo, Fluminense, Vasco...

                              Marcelo Moraes Caetano

Do livro: Prudência, Trabalho, Arte ou Cemitério de Centauros, 2ª ed., ed. autor, s/d, RJ

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