O PAPEL

Olhei-o de uma só vez,
Lá estava ele, branquinho...
Atirei-lhe os sentimentos,
Tornei-o vivo.
Já não era vazio.
Enchia-me os olhos-
Lá estava o pensamento.
Seu papel, seu destino,
Fôra para sempre destinado
Com um poema carimbado.


A VOZ DO POETA

Nós, poetas, somos instrumento
Para o povo,
Assim como todos os dias
O sol se faz necessário,
Também é a voz do poeta
Que, silenciosa, arrebata do peito
Em forma de revolução
E sai transfigurada no papel.

                               Cecília Villanova

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