Conspiração mobiliária

Essa mesa não pára quieta.
Enche-se de poeira,
permite que a aranha, teça no canto uma teia.
Bagunça minhas coisas,
desfaz minha ordem,
embaralha meus papéis.
Eu...
Brigo... grito... xingo... esperneio...
Enquanto que ela...
Solta de soslaio debochada gargalhada.
A descarada ainda acha que está certa.
Só podia mesmo ser mesa de poeta
para ser assim... tão abusada.

                                            Jaqueline Saraiva

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