A Janela

A janela se deixa aberta
para que o vento revele o instante
As ausências se bordam
no pano da cortina
e os crimes do chão da sala de jantar.
os aviões passam
os carros passam
um anjo roça em meu nariz sua asa ligeira
e uma enorme fome ameaça a paisagem.



FOTO

Vês nas fotos um rosto inexistente
Esquecimento sob forma de avivamento.
As carnes, os ossos comidos pelas certezas desesperaram a beleza simulada.
Que significados dará a vida aos horizontes que esquecemos?

                                   Vera Casa Nova

Do livro: Rastros, 2006, 7Letras, RJ

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