TAÇA ASTECA

Sobre que não terei eu feito versos?
E não me lembro, ainda por mero acaso,
De ter descrito, ou ter cantado o Vaso,
O copo arcaico, de florões diversos.

Um possuo, de argila, curvo e raso,
Pintalgado nos bordos e reversos
De arabescos vermelhos e transversos,
Tal qual as taças de Corinto ou Faso.

Velhos índios moldaram este tarro,
Que revela o retoque dado ao barro
Pelos mestres oleiros de Manágua.

Veio da antiga América esta bilha;
E é nela, útil e humílima vasilha,
"Que mato o ardume de uma sede d'água".

                                                               Martins Fontes

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