REINVENÇÃO DA COR AMARELA
ou HOMENAGEM A VAN GOGH
Ele tinha um brilho luminoso no olhar,
de onde escorriam girassóis,
feito lágrimas num mar amarelo,
onde tudo se fazia insanamente belo.
Ele, que um dia aprisionou o Sol
dentro de si, a ponto de
lhe queimar as próprias entranhas,
morreu sózinho, na noite,
junto de gente feia e estranha.
Porém, Eros,
que sempre vence Tanatos,
abriu-lhe o peito,
libertando o astro-rei contido,
para que, os girassóis
escondidos,
se fizessem líricas aquarelas:
reinvenção da cor amarela.
JL Semeador