CHEIA

Uma lua  resplandecente.
Há uma lua no ca minho
— de nossa eternidade.



De mais divagações sob essa Lua


Há uma coisa de animal
no brilho dessa lua
que vem cobrir
a pele tua
em simbiose tátil

e te faz réptil
te transforma n€™'alguma coisa nua
a arrastar-se
e arranhar-me
porém sem sulcos a deixar
em minha carne

Imensas e enormes taças de bebida entorpecente
a despejar tal qual serpente
em mim
sementes que nem pensam vicejar
[ou viciar

Lua
domí­nio
dominó
mares e crateras no cristal repousam
dosagem lúcida de fogo
ateias

pó indecifrável
que ousa derramar-se
em minhas

veias                              

                                                      Eliana Mora

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