Da Sacada

Olho para além do céu estrelado,
A doer nos olhos, a lua cheia oculta,
Por flocos de algodão doce azulado,
Tímida donzela, de longe escuta.

Na baía o chacoalhar das águas,
Música a propagar os ruídos,
E a dança dos barcos coloridos,
Moças ao farfalhar das anáguas...

Do alto da sacada eu tudo vejo,
E a brisa tépida da noite de verão,
Arrepia-me a nuca como um beijo,
Ou um carinho morno de tua mão.

Enfim, a lua extravagante se desnuda,
Iluminam-se as flores no canteiro,
Eu em gritos de saudade muda,
Apago os meus sonhos por inteiro.

Betha M. Costa

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