Às vezes, sou um visionário, desolado e apedrejado,
Passo a vida a fazer e desfazer quimeras,
Enquanto a artista produz o azulejado,
E Deus, em cima, faz verdes as primaveras!
Às vezes, encontro-me isolado,
E erro como estrangeiro ou homem doutras eras,
Talvez por um contrato irónico lavrado
Que fiz e já não sei noutras subtis esferas.
A espada da Teoria, o austero Pensamento,
Matam em mim o Humano e Sentimento,
A artista, às vezes, embriaga-me com cânticos da noite
no dia…..
E obedecendo ainda a esses velhos namores,
Procuro em toda a parte a música das cores,
— E das tintas da flor, surgiu essa Poesia.