Quero-te, como se fosses
A presa indiferente, a mais obscura das amantes!
Quero o teu rosto de branco cansaços,
As tuas mãos que hesitam,
Cada uma das palavras que sem querer me deste!
Quero que me lembres e esqueças,
Como eu te lembro e esqueço;
Num fundo a preto e branco,
Despida como o orvalho matinal se despe à noite,
Fria, luminosa,
Voz incerta de rosa!
Do livro: "Lágrima de saudade", Ed. Blocos, 2003, RJ