Ó mulher!
Tu que eras à mais bela,
Tu que levavas o sorriso nos teus olhos
Cujos filhos deslumbram o fruto do amor
Porque choras?
Eles não te dão o baluarte
Contra os teus inimigos
Que devastam
O teu íntimo?
São eles responsáveis
Na amargura em que tu achas?
Sentimos a tua amargura,
E sabemos que os teus sentimentos
Estão a ser sacudidos por um forte vento
E o teu ser murcha
Sufocado pelo calor.
Goa, o teu palácio esta roto!
A escuridão e o pánico apoderaram-se
No teu ventre
Tu achas que es estéril!
Goa, durante esses trinta e oito anos
Os nossos umbigos de sentimento tem sido cortados!
Espalhados pelo mundo,
Murchamos como uma vegetação sem água!
Esquecendo muitas vezes o farol do destino.
Teus filhos, Ó Goa, levantam da noite, dormem da noite!
Falam entre Eles! Entre Eles, não respondem!
Falam de mim, e dizem que não me conhecem!
Assim, nesta Diáspora adormeço,
Espero por Eles,
Para uma justiça com igual medida!
Do livro: "Lágrima de saudade", Ed. Blocos, 2003, RJ