DE AMICIS
Desejaria morrer nest’erma vila,
No cole, de castanhos sombreado,
Aos hálitos do vento perfumado,
Em límpida manhã, doce e tranqüila.
De minha vida, a fúlgida cintila
Expandir ao Criador, num hino alado,
E abranger o horizonte nacarado,
No derradeiro olhar desta pupila.
Mas, no meu quarto, não desejaria
Ter os meus filhos tristes ao meu lado,
Para não perturbá-los na agonia.
Que ao voltarem, naquela tarde linda,
Me encontrassem calmo e sossegado,
Como se os esperasse vivo ainda.
Tolentino Miraglia