Nasceu em meu quintal um mamoeiro,
De uma semente, que do acaso veio.
Não tinha um palmo, em dias de janeiro,
Mas hoje ostenta mais de um metro e meio.
Ao vê-lo, ao pé da escada, tão lampeiro,
De lindos frutos, tendo o tronco cheio,
Admira-se quem segue o seu roteiro,
Feliz de ser o genitor e o esteio.
Ah! Como invejo essa missão divina,
De engalanado, florir, frutificando.
Ah! Como foi diversa a minha sina,
Sentindo o borbulhar das energias,
Pela vida passar despetalando
Apenas alguns versos, nos meus dias.
Tolentino Miraglia