Quando me fitas, flor, experimento
A mais terna e a melhor das sensações;
Parece-me que vôo e, num momento,
Me transporto a longínquas regiões.
Mas, se de mim os olhos tiras, lento
Vou descendo da altura onde me pões,
E nada logro, amor, se acaso tento
Opor-me ao debandar das ilusões.
E à medida que voam, vão fugindo,
Em demanda do azul límpido, infindo,
Vai minh’alma em tristeza mergulhando...
Mas, se de novo o teu olhar me fita,
De novo ascendo ao páramo, onde habita
Das ilusões esse dourado bando.
José Alves Nunes
Enviado por: Diógenes Pereira de Araújo