Deus dos nossos dias supremos,
Dos nossos pais e hostes guerreiras,
De cuja mão sublime temos
Domínio em gelos e palmeiras —
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça! não nos esqueça!
Cessa o tumulto, cessa o bulício,
Reis, chefes vão-se; ainda perdura
O teu antigo sacrifício,
Uma alma humana humilde e pura. —
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!
A nossa esquadra ao longe, esvai-se;
Já pelas praias não se ouve o tiro:
O esplendor de ontem, ei-lo que vai-se
Como o de Nínive, como o de Tiro! —
Teu espírito ainda se compadeça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!
Se a nossa alma, ébria de ambição,
E olvidando que és tu seu rei,
Soltar vanglórias de pagão
Próprias de raças que não têm
lei, —
Senhor, teu espírito não nos faleça,
Não nos esqueça, não nos esqueça!
De alma pagã cuja fé fica Em cano de arma e ferro nu, — Pó que sobre pó edifica E guarda, sem guardares Tu, — De glória oca, de oco valor, Sempre o teu povo livra, Senhor!