A Alfredo Martínez Howard, In memoriam
A dor abriu suas portas para a água de ouro do ouro que arde contra o ouro o ouro dos ocultos pantanais que largam o ar de ouro aos vermelhos destinos pulmonares com o acordo dos fantasmas de ouro coroados pelos juncos de ouro bebendo os cavalos de ouro os tropeiros de ouro envoltos nos ponchos de ouro - às vezes negro às vezes rubro celeste verde - e o cavaleiro que repassa as lagoas dos ouros naturalmente populares o que embarca nas balsas de ouro com todos os excessos de passageiros de ouro que cavalgam os cavalos de ouro os chicotes de ouro bebendo na jarra de ouro do barro de ouro dos sonhos dos afrescos do ouro entre a majestade das palmeiras de ouro e dos justiçados e degolados nas ilhotas de ouro de jacarés de ouro do ouro do amor.
Francisco Madariaga (tradução de Floriano Martins)
Enviado por: Maria do Carmo Ferreira