Um quadrado de madeira e vidro.
Por dentro uma mulher apaixonada.
Por fora uma oliveira desgarrada
num céu em nuvens repartido.
Espero a primavera como a vida
na atitude passiva e desolada
de quem ficou só, desamparada,
olhando o combóio na partida.
E vento e sol e luz nessa vidraça
onde o cenário é sempre repetido;
e perde-se mais o nosso amor perdido
e com o tempo, amor, o tempo passa...