O SILÊNCIO
Eduardo,
Agora que acordas-te
Para um novo vôo
Deixo-te com um abraço
O meu ultimo poema...
O silêncio, esse eterno observador
Da nossa dor
Do nosso momento
Do nosso sofrimento
Da existência
A que nos habituámos
Em que nos deixámos
Envolver e esquecer
Em que nos abandonámos
Sem querer
Sem ter nada a dar
E a receber.
Em que simplesmente vogámos
Na maré
Da água que nos transportava
Para mais um amanhecer.
Quanta beleza
Nas estrofes dum verso
Quanto curriculum
De um poeta que tem que ser
Versão.
Porquê
Pensar que somos
Pessoas normais
Que temos que nos dar
Com os animais.
Oh! Quantos deles não nos entendem
Quando na sua forma diferente
De nos ver
Nos consideram gente.
O silêncio é
Saber entender
Que não somos mais
Do que simples animais.
José da Cunha Lima
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