Negra fria noite atravessa rubro bosque
carros dormem lá fora na sombra
atrás do portão, estrelas se apagam sobre
o barranco, arde o fogo perto da varanda,
e em jaquetas de couro preto
algumas almas cansadas se curvam. Na imensa
casa de madeira, um lustre amarelo,
às 3 da manhã o estouro dos alto-falantes
hi-fi Rolling Stones Ray Charles Beatles
Jumping Joe Jackson e 20 jovens
se contorcem ao som que vibra pela sala,
um pouco de erva no banheiro, garotas em malha cor de sangue
um homem maciço e macio sua nessa dança sem fim
latas de cerveja atiradas no quintal,
a figura de um enforcado pende de um galho sobre o riacho,
crianças dormem mansas em beliches.
E, além do portão, 4 patrulhas estacionadas,
luzes vermelhas revolvem nas folhas.