NOITE
Eu vivo
nos bairros escuros do mundo
sem luz, nem vida.
Vou pelas ruas
às apalpadelas
encostado aos meus informes sonhos
tropeçando na escravidão
ao meu desejo de ser.
— Bairros escuros
mundos de miséria
onde as vontades se diluíram
com as coisas.
Ando aos trambulhões
pelas ruas sem luz
desconhecidas
pejadas de mística e terror
de braço dado com fantasmas.
Também a noite é escura.
Do livro: "Poemas", Cadernos Capricórnio, 1975, Angola/África
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