Onde estou eu — pergunto. Sei lá
se aqui foi Alníeirim, Aljubarrota,
uma rua do Portou ou de Linhó,
do Arieiro, da nova Porcalhota. ...
Da minha janela avisto o mar
aberto na ilha de Tahiti.
Cruzo uma praça e estou em Lisboa,
lembrando o além-mar longe da Austrália
ou a Martim Moniz na Madragoa.
Luanda é como eu, nunca lá está.
É uma cidade ao deus-dará,
uma aventura, uma idiotia.
Daí, minha ternura consentida.
Minha? — Só Deus sabe o que será
Luanda vivida
à tôa...