Três poemas sobre o tema de cobertura
(fragmento)
Ventos que se rompem são como vasilhas de barro:
elas não têm uma noite de orvalho e de perfumes para remédio:
angústia de sonhos infiltra-se neles:
não há paisagem na florescência, mas muito deserto
estira-se em torno, deles flui toda a sua força.
O especialista em prantos — conhece quem os chora:
É Deus que os criou inteiros
e colocou-os num corpo como vinho de mirra em um frasco
postado sobre camas cujos donos sofredores
puxam os cobertores até o queixo
— a morte que se aproxima cobrirá o resto de seus rostos.
Uri Zvi Grinberg
(tradução de Nancy Rozenchan)
Da revista: "Poesia Sempre", nº 8, Fundação
Biblioteca Nacional, 1997, RJ
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