Pregada numa cruz, por entre a bruma
A minha alma de angústias e pecado
tem a leveza aérea de uma pluma
E a maldade da vida, lado a lado.
Também chorei, em lágrimas de espuma,
Num cântico de dor alucinado
A minha inquietação que em pranto esfuma
O meu canto cinzento e macerado.
Porque será que a chama da verdade
Não passa de uma luz, difusa e calma,
Que os mortais tem medo de encarar?
Senhor! Senhor! Que mundo sem piedade,
Onde negam aos homens o ter alma
E aos tristes o direito de chorar!