Mãos
Olho as mãos com que arranco
o sentido do eco da alma,
sagrado instrumento
que talha o poema - vida.
Olho as mãos
como quem olha a luz
ou aguarda a notícia em vigília.
Mãos, fibras, veias, sangue
gesto alado imperceptível,
imprimindo na brancura sinais
que sabendo-me a sal
têm gosto a mel.
Ariadne Vaz
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