No silêncio das mensagens ocultas
Pára por momentos sobre estas águas revoltas,
para ouvir o aceno do mar do interior dos corais
essa próximidade vulcânica, esse assombro de cor
esse espelhar de estrelas naufragadas.
Ouve esse coração de prata deslizando nos cardumes
Esse gosto maritimo na boca cantando sobre a dança das algas
Não achas que este tempo tem que parar fisicamente
para ouvir outro som, outra respiração?
Não achas que ainda é possível o encantamento
das marés
sobre a crina da liberdade
e que o pensamento pode serenar para dar à contemplação
o motivo pela qual os planetas são pedaços de exteriores
virados
para os secretos do infinito?
E o nosso olhar tem limites de alcance
para dentro do interior solitário tão fecundo
como a multiplicação das nebulosas.
Nunca ames em vão nesse voo de longo caminho
de desperdiçar corações de porcelana...
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