Sentado ao luar
Um triste sofrimento
Sem nenhum cabimento
Veio para lhe implorar
Uma breve memória,
Um momento malfadado,
Tido como vitória
E há muito desejado.
Uma dama de cristal
Dormindo na calçada
Com pele de coral
Cançada da caminhada.
Deitado de madrugada,
Numa ânsia de matar
O sentimento, terminar
Com a vida malvada.
Implorando uma mudança
A terrível dama malfadada
Queria apenas a esperança
De uma vida descançada.
Mas ele continuava acordado
Há muito desejando a matança
Que acabou por ser seu Fado
Num momento de vingança.
Ardiam as chamas do Inferno
Doíam as lembranças perdidas;
Era um anseio eterno
Cheio de imagens escondidas.
Rita Sá