INVENTÁRIO
a minha boca dei ao Côa
é outra maneira acredito
de estar viva
quando de todos os meus rios
perdi o montante
e a juzante se espraiam
olhos digo águas sem norte
tenho o linho desta terra óssea
tenho um cavalo que nas margens da noite
me chama e escarva doido
e um castelo nesse lugar
onde os castelos se escondem para levitar
é pouca coisa eu sei mas arde
Soledade Santos
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