Do mar, ao fundo, o sol, em misteriosa aurora,
Dos corais da Abissínia a floresta alumia,
Banhando, à profundeza tépida bacia,
A fauna que floresce e a palpitante flora.
E tudo que do oceano o iodo ou o sal colora,
— A anêmona marinha, as algas de haste esguia —
Põe suntuoso desenho em púrpura sombria
Na pedra verminosa onde o pôlipo mora.
Amortecendo brilho à refulgente escama,
Um grande peixe voga entre a enlaçada rama
Da água as ondas, em torno, indolente desfalda.
Mas, súbito, ele agita a barbatana ardente,
E à tona do cristal, azulado e dormente,
Corre um rastilho de ouro e nácar e esmeralda!