Saudei hoje um cachorro policial:
— Como vai? — Como todo bom rafeiro:
Cada ladrão que passa, isto é fatal!
Não fica em bons lençóis, sinto-lhe o cheiro,
Graças a este meu faro sem rival.
Nisto, aproxima-se um politiqueiro
Que hoje, se não me engano, é deputado.
Perguntei: — Não sentiu certo cheiro?
— Não, estou hoje muito indefluxado.
Com toda esta perícia
Este cão vai a chefe de polícia...
Do livro: "Obras Primas da Poesia Universal", Livraria
Martins Editora, 1954, SP