Quem arrancou nossa carne magoada
de dentro destas paredes
quem nos levou desta casa
com mãos enganosas de feltro
Quem foi que partiu as vidraças
com a forma do frio das pedras
quem encheu o nosso fogo
com tão escura cinza
como uma água barrenta
Quem partiu e derramou
pelo chão as nossas liras
arco e cordas, desgrenhando o som
como cabelos puxados pelo vento.
J. T. Parreira