procuravas a água, frágil transparência
de palavras que iam num eco de gritos,
e o gesto das mãos um longínquo tango
dançava no aplauso de raro silêncio.
disseste de ti e da natureza
da voz impossível com que te passeias
na bainha da página, numa água em gota
tão imponderável de simples beleza.
na contemplação das coisas inúteis
havia uma aurora presa no crepúsculo.
o fogo da flor no olhar e na fala.