de ti, no meu espelho, vive a imagem
de alguém que muito ao longe me acompanha
imersa numa luta que não ganha,
na busca do caminho e da viagem.
de ti, porta fechada a que não bato,
apenas sei as sombras que suspeito,
somente sei seres rio sem teres leito,
furtivo animal em denso mato.
de ti já nem o riso da saudade
ecoa nas paredes desta sala.
saber de ti? para quê, se nem tu sabes
a forma, o cheiro e a cor da liberdade
de que é feito o mundo que em ti cala?
estranho mundo esse em que não cabes