havia um país na copa da árvore
preso nas asas de um pássaro mudo.
a pronúncia da fala ainda sangra
da buganvília que abraça no tronco
a língua que resiste renascida.
são ínvios os carreiros da palavra
longos os rios. são largos os mares
penosas as marés na flor das ondas.
tenho na camisa um poema às gaivotas
do deserto de atacama respirar
um beijo e abraçar o sol caído
na sombra enquanto um peixe escama a água.
é outro sul de chuva no caminho
que me prende à terra da alegria.