Morreu meu amigo, o escultor,
O povo chora entristecido,
O dia mudou envelhecido,
À tarde já é noite fechada,
A noite se fez madrugada
E o céu prossegue enegrecido.
Os Deuses das artes que habitam
Milhares de formas e cores,
Sentiram logo seus temores
Quando Átropos, sem ter piedade,
Cortou sua vida com maldade
E o envolveu com negras flores.
Morreu o artista forte e fantástico,
Cheio de argila, pincéis e versos,
Forjou belos rostos e terços,
Do poema é representativo,
Pintou quadros mais que expressivos,
Agora navega o universo.
Ele esculpiu sua eternidade,
Gravou nas estrelas sua cor,
Viveu entregando todo o amor
Do belo que sempre sobrava,
Das estatuas que sinalavam
César Sioli, grande escultor.