ComunicaçãoComo um poente congestionado
De vaga-lumes irreais
É o sete-estrelo desenfreado
Rosa de chamas descomunais
Saltam-lhe os pulsos como foguetes
As mãos são Vestes embriagadas
Parando as cenas dos banquetes
Em saturnais carbonizadas
Incham-lhe o seios como mechas
De Salomé desintegrada
Por quem cem líricos lamechas
Ficam ardendo sem dar por nada
Uma manada de trovões
Leva a cidade nos seus cornos
Assam marquesas nos salões
Como perus dentro dos formos
Os rechonchudos anjos das casas
Expiam crimes ancestrais
Mamando restos de leite em brasa
Nos esqueletos maternais
As salamandras uterinas
Queimam devassos nas suas camas
Com que celebram fesceninas
E derradeiras núpcias de chamas
Os acedémicos no espeto
Fazem um esforço de memória
Para manterem o esqueleto
Em ademanes de oratória
Em catedrais de mil archotes
Numa luxúria de extrema-unção
Um frenesi de sacerdotes
Tem um orgasmo de Inquisição
As labaredas quais proxenetas
Dos cidadãos mais importantes
Levam incêndios de meias pretas
A mercadores de diamantes
Logo que estoura algum ministro
E a sua alma estruma os campos
Rebenta um trigo mais sinistro
Nesta seara de pirilampos
Nos semicúpios incandescentes
Dos seus tesouros derretidos
Os milionários têm repentes
Têm remorsos de homens falidos
E um Desejado de lua nova
Noiva da Pátria vem finalmente
Buscar a noiva para a sua cova
E dá-lhe a Morte como presente