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Shall I compare thee to a summer's day?
Thou art more lovely and more temperate: Rough winds do shake the darling buds of May, And summer's lease hath all too short a date: Sometime too hot the eye of heaven shines, And often is his gold complexion dimmed; And every fair from fair sometimes declines, By chance or nature's changing course untrimmed. But thy eternal summer shall not fade, Nor lose possession of that fair thou ow'st; Nor shall death brag thou wander'st in his shade, When in eternal lines to time thou grow'st: So long as men can breathe, or eyes can see, So long live this, and this gives life for thee. |
— Comparar-te a um dia de verão?
Tens mais doçura e mais amenidade: Flores de maio, ao vento rude vão Como o estio se vai, com brevidade: O sol às vezes em calor se exalta ou tem a essência de oro sem firmeza E o que é formoso, à formosura falta, Por sorte ou por mudar-te a natureza. Mas teu verão eterno brilha a ver-te Guardando o belo qu em ti permanece, Nem a morte rirá de ensombrecer-te, Quando em verso imortal, no tempo cresces. Enquanto o homem respire, o olhar aqueça, Viva o meu verso e vida te ofereça. |
William Shakespeare
(Tradução de Jorge Wanderley)
Do livro: "Sonetos", Editora Civilização
Brasileira, Rio de Janeiro, 1991, RJ
Enviado por: Márcia Maia