O lago azul do bosque
Cerrado de nenúfares amarelos.
Tremulando em alvos círculos,
Sob o vento treme a barca.
Passeio próximo à margem,
Ouço o parque, o parque avisto,
E sonho que ela surja dos bambus
E se atire amantíssima em meus braços.
Numa canoa partiremos,
E ocultos no reflexo d’água
Que de minha mão se escape o leme,
E que o remo também se me escape.
Alumbrados em encantamento,
Vagaremos à luz do luar.
Que o vento assobie nos bambus,
E a água undívaga ressone.
Ela não vem... Solitário
E inútil suspiro e sofro,
À margem do lago azul,
Cerrado de nenúfares amarelos
1 de setembro de 1876
Da revista: "Dialética – 1", abril a outubro
de 1992, AL