SONETO DE REPENTE SONETO DE REPENTE
Un soneto me manda hacer Violante, 
que en mi vida me he visto en tanto aprieto; 
catorce versos dicen que es soneto, 
burla burlando van los tres delante. 

Yo pensé que no hallara consonante 
y estoy a la mitad de otro cuarteto, 
mas si me veo en el primer terceto, 
no hay cosa en los cuartetos que me espante. 

Por el primer terceto voy entrando, 
y parece que entré con pie derecho 
pues fin con este verso le voy dando. 

Ya estoy en el segundo y aun sospecho 
que voy los trece versos acabando: 
contad si son catorce y está hecho. 

Um soneto me pede Violante, 
nunca na vida estive em tal aperto; 
quagorze versos dizem que é soneto; 
brinca-brincando lá vão três avante. 

Não pensei que encontroasse consoante, 
e na metde estou de outro quarteto; 
mas, se me vem o início de um terceto, 
cá nos quartetos nada há que me espante. 

No primeiro terceto vou entranto, 
e parece que entrei com o pé direito, 
pois fim com este verso lhe vou dando. 

Estou já no segundo, e ainda suspeito 
que vou os treze versos acabando; 
contai se são quatorze, e eilo: está feito. 

Lope de Vega
           (Tradução de Anderson Braga Horta e José Jeronymo Rivera)

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