No ser, Lucinda, tus bellas
niñas formalmente estrellas,
bien puede ser;
pero que en su claridad
no tengan cierta deidad,
no puede ser.
Que su boca celestial
no sea el mismo coral,
bien puede ser;
mas que no exceda la rosa
en ser roja y olorosa,
no puede ser.
Que no sea el blanco pecho
de nieve o cristales hecho,
bien puede ser;
mas que no exceda en blancura
cristales y nieve pura,
no puede ser.
Que no sea sol ni Apolo,
ángel puro y fénix solo,
bien puede ser;
pero que de ángel no tenga
lo que con ángel convenga,
no puede ser.
Que no sean lirios sus venas
ni sus manos azucenas,
bien puede ser;
mas que en ellas no se vean
cuantas gracias se desean,
no puede ser. |
Não serem, Lucinda, estrelas
as tuas pupilas belas,
bem pode ser;
mas que em sua claridade
não haja alguma deidade,
não pode ser.
Que a boca celestial
não seja o próprio coral,
bem pode ser;
mas que não exceda a rosa
em ser vermelha e cheirosa,
não pode ser.
Que não seja o branco peito
de cristais ou neve feito,
bem pode ser;
mas que não vença em brancura
os cristais e a neve pura,
não pode ser.
Que não seja um anjo, o colo
da Fênix, o próprio Apolo,
bem pode ser;
porém que de anjo não enha
o que com anjo convenha,
não pode ser.
Não teres flores nas veias
nem de lírios as mãos cheias,
bem pode ser;
mas que nelas não se vejam
quantas graças se desejam,
não pode ser. |