As roupas deslaçando, entra no banho
A lânguida sultana enamorada:
Livre do pente, os ombros nus lhe beija
A longa e fina trança desatada.
Atrás dos vidros o sultão a espreita;
E consigo murmura: como é bela!
"Ninguém a vê, ninguém! o negro eunuco
Do harém na torre solitário vela!"
— Eu a vejo, uma nuvem lhe responde
Do sereno e alto azul iluminado:
— Vejo-lhe os seios nus, vejo-lhe o dorso,
— E o seu corpo de pérolas colmado.
Fez-se pálido Ahmed bem como a lua,
E erguendo o seu kandjar de folha rara,
Desce, e apunhala a nua favorita...
Quanto à nuvem... no azul se dissipara...