Ele foi-se para o monte,
Perdeu-se lá na floresta,
Como ressequida fonte,
Quando nossa ânsia era presta.
Fonte reaparecendo
À chuva recorrerá,
Para nós nada ao relento,
Duncan não mais voltará!
Essas mãos do ceifador
Ceifam orelhas bem velhas,
Mas a voz do carpidor
Alça à coragem centelhas.
Ventos do outro avançando
Sacodem as secas folhas,
Mas nossa flor renovando
Quando a desonra era encolha.
Rápido pé na passagem,
Sábio aviso no porvir,
Mão vermelha na pilhagem
Como soa teu dormir!
Como o rocio no monte,
Como a espuma na corrente,
Você foi-se eternamente!
Walter Scott
(Tradução de José Lino Grünewald)
Do livro: "Grandes poetas da Língua Inglesa do século XIX", Nova Fronteira, RJ, 1988